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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Uma viagem ao interior da matéria


Eis um documentário muito interessante que nos conta uma das maiores descobertas científicas de todos os tempos: o átomo, a "peça" que constitui tudo o que nos rodeia. É  produzido pela BBC ( já emitido em 2007) e apresenta como narrador um excelente comunicador, o Professor Jim Al-Khalil. É documentário extraordinário para quem se interessa por essa viagem interminável que é a busca do material último de que somos constituídos.
Aqui fica, neste início de Setembro, o episódio 1, Choque de Titãs. As restantes duas partes serão aqui divulgadas ao longo do Mês.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bactéria é capaz de produzir biocombustível a partir de papel




Equipa da Universidade de Tulane.
Equipa responsável da Universidade de Nova Orleães
A partir de agora os s jornais deitados para o lixo diariamente podem ser transformados em biocombustível. A responsável por essa transformação do papel é uma nova bactéria, A TU-103, recentemente descoberta por cientistas Americanos, da Tulane University (Nova Orleães, EUA). A referida bactéria é capaz de transformar a celulose presente em folhas de papel em butanol (um álcool), um combustível que pode substitutuir a gasolina. 

Os investigadores já testaram o novo método com velhas edições de Jornais e revelaram-se satisfeitos com os resultados. Para além de reduzir as emissões de dióxido de carbono, o butanol pode ser usado em vez da gasolina sem que seja necessário adaptar o motor.

A grande vantagem da bactéria TU-103 (encontrada em excrementos de animais) é que consegue transformar a celulose (fibra de que é composto o papel) na presença de oxigénio, enquanto outros microorganismos com capacidades semelhantes só conseguiam a transformação num ambiente sem oxigénio, o que aumentava drasticamente os custos.

O butanol também apresenta benefícios como combustível em relação ao etanol – normalmente produzido a partir do milho ou da cana-de-açúcar (o Brasil tem um programa gigantesco a funcionar com este sistema, produzir combustível a partir do milho e da cana de açucar), porque além de se adaptar mais facilmente a qualquer tipo de motor, o material é menos corrosivo do que o concorrente e apresenta um rendimento energético maior.

Embora o etanol também seja derivado da celulose, o butanol é considerado muito mais vantajoso uma vez que pode ser usado em vez da gasolina sem que seja necessário mudar ou adaptar o motor do veículo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Afinal, cozinhar é a mais antiga profissão do mundo

Segundo um estudo recente publicado naProceedings of the National Academy of Sciences, onHomo Erectus foi
As capacidades de cozinhar do H. erectus permitiram que a descendência poupasse tempo e adquirisse mais nutrientes (Foto: Ronan Donovan)
As capacidades de cozinhar do H. erectus permitiram que a descendência poupasse tempo e adquirisse mais nutrientes (Foto: Ronan Donovan)
 o primeiro mestre de cozinha. E este facto  teve enormes implicações na evolução dos hominídeos, dando a estes antepassados do homem moderno tempo e energia para várias actividades como correr, ter pensamentos profundos e inventar coisas como a roda.Ou seja, o facto de manipular o fogo e ter começado a cozinhar teve consequências enormes no resto da evolução.Dominar o fogo originou outras técnicas de processar alimentos, com efeitos na qualidade de vida dos homens, que passaram a economizar tempo e dispor de mais nutrientes na sua dieta.Os seres humanos são os únicos animais que cozinham e comparados com os nossos parentes primatas vivos gastamos muito pouco tempo a reunir comida e a comê-la. Também temos mandíbulas e dentes mais pequenos.
Os cientistas envolvidos no estudo decidiram quantificar o tempo que os seres humanos gastariam a comer olhando para o tamanho do corpo e tempo de alimentação dos nossos parentes primatas vivos. Depois de construir uma árvore genealógica de primatas, os cientistas descobriram que as pessoas gastam 1 / 10 de tempo a comer em relação ao seu tamanho corporal em comparação com os seus primos evolutivos.

Depois, a equipa olhou para o tamanho dos dentes do género Homo. De H. erectus até H. sapiens, os dentes são muito mais pequenos do que seria previsível com base no que é visto noutros primatas.

“O tamanho do dente torna-se dramaticamente mais pequeno do que esperávamos”, afirma o paleontólogo David Strait, da Universidade de Albany, Nova York, que não estava envolvido no estudo. "Isto revela evidências indirectas que a linhagem humana adaptou-se e tornou-se dependente de cozinhar os alimentos na altura que o Homo erectus evoluiu”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nasa publica imagem de astrofotógrafo português



Uma das imagens do astrónomo amador e fotógrafo português Miguel Claro foi publicada como "Fotografia do Dia" no portal Earth Science da NASA. A representação visual foi captada no Alentejo, após uma exposição de 3h30, no passado dia 1 de Julho. A fotografia combina 420 imagens, cada uma com 30 segundos de exposição e mostra estrelas que formam as constelações de Ursa Maior, Ursa Menor, Canes Venatici, Draco, Cepheus, Camelopardalis e Cassiopeia. Miguel Claro escreveu na página do AstroPT, onde colabora, que mesmo no olhar de um astrónomo experiente não é possível percepcionar o movimento rotativo que todas as estrelas parecem produzir em torno de um eixo imaginário que indica o Norte, e apontando na direcção de uma estrela que todos já conhecem, a Polaris, ou chamada ‘Estrela Polar’”.
No entanto, acrescenta “numa longa exposição fotográfica foi possível registar o rasto das estrelas que se encontram na região polar e perceber que todas elas descrevem um movimento circular em torno de uma estrela relativamente pontual, a Estrela Polar”.
Miguel Claro já viu muitas das suas imagens publicadas nas mais prestigiadas revistas internacionais de Astronomia. As suas imagens pretendem revelar a indissociável ligação existente entre o Céu e a Terra.

Para conhecer um pouco melhor o autor e o site Earth Science,

http://miguelclaro.com/
http://epod.usra.edu/blog/2011/08/north-circumpolar-stars-observed-from-portugal.html




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Evocar os 66 anos de Hiroshima e Nagasaki

"My God, what have we done?" Foi com estas palavras que reagiu o Capitão Robert Lewis a 6 de Agosto de 1945, a bordo do bombardeiro americano B-29 Enola Gay e quando já se encontrava a cerca de 30 milhas da cidade de Hiroshima (Japão), onde tinham acabado de largar a primeira bomba atómica. Pensa-se que tenham perecido logo de imediato cerca de 140 mil pessoas, número que foi crescendo ao longo dos anos, em resultado dos ferimentos e aumento de doenças como leucemias e outros tipos de cancros, como efeito das doses maciças de radiações a que as pessoas (e descendentes) foram sujeitas.
Três dias depois, a 9 de Agosto, ocorreu um segundo acto deste trágico momento. Uma segunda bomba atómica, mais pequena, foi largada sobre a cidade de Nagasáqui, que viu desaparecer num ápice cerca de metade da sua população, que era de cerca de 300 mil pessoas. Nagasaki foi uma “segunda” escolha pois o alvo prioritário para o bombardeamento era outra cidade, Kokura, que se viu poupada porque na hora marcada estava envolta numa espessa nuvem de fumo que inviabilizou a largada. 












Recordamos aqui este episódio da nossa história, estranhamente ausente das notícias dos jornais e televisões, mais focadas nestes dias na crise económica e na cobertura dos acontecimentos em Londres e outras cidades britânicas, porque a discussão do nuclear é assunto da ordem do dia por via dos trágicos acontecimentos recentes do acidente na central nuclear de Fukushima, provocados pelo violento tremor de terra e tsunami que se abateu sobre o Japão.  
Mas estas datas que se evocam em Agosto (em alguns países estes acontecimentos justificam feriados, momentos de silêncio e cerimónias várias…) e os 66 anos que já passaram permitem-nos também trazer a este espaço a questão da ciência e da possibilidade do seu mau uso pelo homem.

A questão não está naturalmente na busca e encontro da verdade, essa é uma busca legítima e de sempre, mas na possibilidade que o homem tem, sempre no uso da sua liberdade, de fazer um mau uso dessas descobertas e conhecimentos. É a “velha” questão da ética que deve pairar sobre toda e qualquer acção humana, o questionar permanente quanto aos destinos das suas acções e descobertas, sejam elas o conhecimento genético, o uso da internet ou a ciência nuclear.
E as datas que evocamos constituem um “mau” uso de um tremendo conhecimento científico, de um avanço que pode (já é) muito útil á qualidade de vida do ser humano. Felizmente os dois acontecimentos de há 66 anos constituíram episódio singular (e esperamos que definitivo) do uso militar da tecnologia nuclear.


Link a merecer visita com fotos inéditas das duas cidades


http://www.life.com/gallery/46282/never-seen-hiroshima-and-nagasaki#index/0



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Viagem pelo corpo humano

Vídeo do ICG vence concurso Internacional



O vídeo de animação «Eu e o meu Corpo», produzido pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) em Lisboa, arrecadou o primeiro lugar na categoria de Material Didáctico de Ciências do concurso internacional ‘Ciencia en Acción’, edição de 2011.
O projecto, financiado pela Casa das Ciências com o apoio técnico da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), foi realizado por Ana Godinho, Catarina Júlio e Ana Mena, membros da equipa de comunicação do IGC, em colaboração com Diana Marques (ilustradora), Cláudio Silva (FCCN) e Alexandre Gil (estudante do 7º ano).

Uma das responsáveis pelo projecto, a sua realizadora Ana Godinho, descreve-o como uma “viagem virtual de descoberta por vários órgãos e células do corpo humano”. O vídeo faz a ligação entre as diferenças que existem entre os órgãos, ligando-as com as células que os constituem: temos órgãos diferentes porque as células que os constituem são também diferentes também, em aspecto e em função. Por exemplo uma célula nervosa é completamente diferente de uma muscular. O vídeo inclui também uma secção que explica como é que os cientistas sabem tanto sobre as células, apresentando alguns dos métodos utilizados: cultura de células, microscopia e estudo de animais para se compreender o funcionamento das células e órgãos humanos.

Um dos objectivos principais do projecto é introduzir os alunos dos 7 aos 12 anos (3º aos 6º anos escolares) no conceito de célula, a sua diversidade e apresentar o trabalho que os cientistas realizam, que permite todo este conhecimento que tanto beneficia o Homem. Os alunos dos 3º e 4º anos de escolaridade aprendem sobre as funções dos diferentes órgãos humanos - sistema digestivo, circulatório, respiratório, etc, com esta abordagem, de fazer a ligação com o mundo microscópico da célula, a permitir  uma melhor compreensão da relação forma - função celular e das semelhanças entre seres vivos. Eis um pequeno (grande) salto no conhecimento.
 
Por fim este vídeo tem muita importância na promoção do ensino das ciências, permitindo complementar os currículos escolares. Ao introduzir conceitos mais avançados, relacionados com a investigação científica, desperta-se o gosto pelo estudo das ciências e mostra-se a importância da actividade científica, algo em permanente mutação, que cresce com pequenos (grandes) contributos de pessoas “normais”, que estudam
.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais 3 Planetas "perto" do nosso Sistema Solar






O número de objectos lá longe continua a aumentar… e irá continuar a aumentar.
Astrónomos descobriram na Cintura de Kuiper que rodeia o nosso sistema solar, 14 novos objectos, denominados, trans-neptunianos.
Estes objectos encontram-se relativamente perto de Plutão.
11 desses objectos serão pequenas pedras ou blocos de gelo…
Mas 3 desses objectos deverão ser suficiente grandes e massivos para serem redondos, o que pode querer dizer que poderão ser 3 novos planetas-anões mais pequenos que Plutão.
E há medida que aumentam e melhoram a qualidade dos nossos "óculos", mais objectos se vão descobrindo...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Leitura para férias

Agora que estamos em pleno Mês de férias e para não perdermos todo o tempo à volta do PC, jogos na Wii, telemóvel e facebook sempre em doses mais que industriais, vamos a uma sugestão de leitura. É uma proposta de um "incontornável", como agora se diz,
um professor (de físico-química...quem mais?), pedagogo, poeta, investigador, historiador e escritor/divulgador de ciência. Chama-se Rómulo de Carvalho (em poeta, António Gedeão - quem não conhece a sua "pedra Filosofal"?) e a proposta de leitura é um livro com o nome " História dos Balões". Contém um relato resumido da «Passarola» do luso-brasileiro Padre Bartolomeu de Gusmão.  Rómulo de Carvalho explica como é que o acontecimento da Passarola foi visto na Áustria: a rainha portuguesa da época, a esposa de D. João V, era austríaca tendo uma princesa austríaca imaginado logo a rainha a visitar os Alpes de balão. Rómulo de Caravalho conta-nos, com o humor que o caracteriza,  como é que um diplomata português ridicularizou logo o invento: perigo de os mouros, de posse de balões, invadirem facilmente o Algarve...Do livro, além da trama com episódeos inventados pelo autor, pode aprender-se bastante história, principalmente do personagem  Gusmão que inspirou o livro - foi professor na Universidade de Coimbra (poucos sabem disto) e ficou na história da ciência por ter mostrado ao mundo,uma proeza pioneira, que algo mais pesado do que o ar podia subir no ar. Morreu relativamente novo em Toledo, onde está sepultado. Eu não saberia isto se não tivesse lido a «História dos Balões», a primeira sugestão de leitura para estas férias. Ah, o livro não é fácil de encontrar mas essa também pode ser uma útil tarefa para férias - visitar livrarias e "cheirar" os livros.



Ainda Marte e alguns feitos da Phoenix

 Ainda maravilhados com a notícia de ontém da confirmação que Marte possuía água em estado líquido na sua superfície - o que aconteceu pela primeira vez num local distinto da Terra, aí estão mais algumas fotos deste "Astro vedeta". A primeira é uma fotografia tirada pela própria Phoenix, da câmara SSI (Surface Stereo Imager), colocada no seu braço.Resulta da composição de várias fotografias e corresponde a um dos seus últimos actos, quase coincidente com a "morte" da sonda, após o Inverno Marciano. Esta imagem é muito importante pois segundo os cientistas são visíveis os danos provocados pelo ambiente marciano na sua estrutura, principalmente devido à acumulação de gelo de gás-carbônico (gelo-seco), que podiam encurvar e mesmo quebrar os paineis solares. Os cientistas calcularam mesmo que algumas dezenas de quilos de gelo cobriram possivelmente a Phoenix durante o Inverno marciano.
A seguir uma fotografia recente de uma "desfiladeiro" com sinais  de escorrências.

Sem esgotar completamente os seus contributos (algo que demorará anos a fazer), eis algusn dos feitos desta sonda. Confirmou e examinou depósitos de água gelada previamente apontados pela Odyssey (a tal sonda em órbita) e identificou a presença do mineral carbonato de cálcio, um indicador da presença ocasional de água em estado líquido. A sonda exploratória também estudou a química no solo visando encontrar implicações para a presença de vida além de acompanhar a neve marciana em queda. Contudo, a maior surpresa foi a detecção dos percloratos, compostos químicos oxidantes que servem de alimento para alguns micróbios aqui na Terra e é tóxico para outros animais. Um perclorato é um sal que contém o anião ClO4-, derivado do ácido perclórico (HClO4). Um perclorato contém o cloro ligado a quatro átomos de oxigênio numa formação tetraédrica (isto é química de primeira...).
A presença deste composto é de tal forma importante pois permite que o solo sobre o gelo actue de forma similar a uma esponja, com o perclorato a recolher a água da atmosfera, capturando-a. Isto já se conhecia, e era suficientemente excitante. E agora, confirma-se a presença de água em estado líquido.
Aguardemos pois pelas próximas "excitantes" novidades do planeta irmão.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E Marte continua na moda

Assinala-se hoje o quarto aniversário do lançamento da sonda espacial Phoenix - um dos mais notáveis objectos científicos criados pelo homem. Foi desenvolvido com o objectivo de estudar "in loco" o Planeta irmão da Terra - Marte. Pousou neste planeta a 25 de Maio de 2008, na sua zona polar Norte após uma bem sucedida viajem de cerca de 680 milhões de quilómetros, que percorreu em 10 Meses. Depois desta longa viagem a sonda entrou na atmosfera marciana a cerca de 21 mil Km/h, usando propulsores e para-quedas para reduzir a velocidade. O momento da entrada na atmosfera e contacto com o solo de Marte foi o mais arriscado de tão longa odisseia - sete longos dramáticos minutos, que podem ser seguidos no link apresentado no fim deste post - terão a oportunidade de escutar os "sons dessa descida". Praticamente desde o momento que estabilizou no solo, iniciou logo a transmissão de informação para a Terra, o que fez de forma ininterrupta durante cerca de 11 Meses, ultrapassando as previsões mais optimistas que a sonda só funcionaria durante, no máximo, 9 Meses. Com a movimentação prevista para a sonda no solo de Marte, na zona polar Norte do planeta, em pleno Inverno Marciano, os cientistas previam que esse seria o momento para o fim do funcionamento da sonda, a sua dead line. Sem acesso a energia solar, os seus painéis (que a transformavam na energia necessária ao funcionamento da sonda) esta ficaria completamente inoperacional, "morta", concluindo aí a sua missão. Este facto foi confirmado pelos cientistas em Abril de 2009, momento previsto para retomar o contacto com a sonda e confirmar o seu fim. Durante o seu "curto período de vida" este equipamento recolheu informações de tal forma valiosas e importantes que transformaram completamente o conhecimento que detínhamos sobre Marte e disponibilizou dados que vão ocupar muitos cientistas durante décadas. Foi consequência deste trabalho a confirmação de que existia água na superfície do Planeta - ainda hoje surgiu a confirmação(feliz coincidência) de que a mesma água existe em alguns pontos no estado líquido, informações que transformam Marte num lugar onde é possível suportar alguma forma de vida.
E para aguçar ainda mais a curiosidade sobre Marte, anexam-se algumas fotografias notáveis da sua superfície, resultado do trabalho da sonda Phoenix, que hoje comemoramos. Juntam-se também alguns registos realizados por outro equipamento, outra sonda que não desceu ao planeta, a MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), que foi lançada em Agosto de 2005, tendo atingido a órbita Marciana em  Março de 2006, quase um ano antes da chegada da Phoenix. Da sua missão, além de cartografar a superfície do planeta com o máximo pormenor (do qual efectuou milhares de órbitas) tinha a tarefa, que cumpriu com um rigor notável, a de registar o trabalho da sonda Phoenix em movimento na sua superfície. Da conjugação destes dois equipamentos resultaram as fotos seguintes, e muitas outras que vão sendo disponibilizadas depois de devidamente trabalhadas. 
Deliciem-se.





Fotos anteriores:  divulgadas recentemente da superfície de Marte,tiradas em Fevereiro de 2008,representam "fracturas" perto da bacia de impacto Isidis, que podem ter cerca de 500 metros de profundidade.



                                            Pormenor de uma caractera, com cerca de 2km de diâmetro
                                           
 Em seguida, Dunas de areia em Marte e pormenores capturados pela MRO. Consegue-se uma resolução tão poderosa que são capazes de mostrar características do solo marciano com detalhes inferiores a 1 metro; Estas imagens ajudam também a entender como se comporta o clima marciano, no presente e no passado e também contribui para compreendermos melhor o clima terrestre.







Fenda da Fossa Cerberus: Esta fenda tem cerca de 800 metros de largura; 





Imagem da pedra que rolou ladeira abaixo numa avalanche em Marte. As imagens de rochas antigas de Marte (muito mais antigas que as terrestres)   fornecem uma visão de um período de tempo que falta no nosso registo geológico. O seu conhecimento pode dar aos cientistas uma ideia de como o clima planetário pode um dia ter sido,o que ajuda a entender como o clima de nosso planeta se comporta



https://www.youtube.com/watch?v=1M5SsH_2jrs

http://mars.jpl.nasa.gov/missions/present/msl.html

terça-feira, 2 de agosto de 2011

E Marte aqui tão perto

Iniciamos este espaço a olhar para o Céu, literalmente. Esta entrada é dedicada ao planeta Marte que, para nossa felicidade e sorte, se encontra nos Meses de Junho, Julho e Agosto, na máxima aproximação ao nosso Planeta Terra, pelo menos desde que se conhecem registos. Quem pretender esperar por uma uma melhor ocasião para ver o Planeta Irmão da Terra terá de esperar pelo ano de 2287!
Esta possibilidade tem naturalmente uma explicação científica bem simples, assente no "velhinho" Newton e na sua Lei da Gravidade. E neste caso o responsável por essa enorme força (que afecta todos os corpos com determinada massa) é o planeta Júpiter, o gigante do nosso Sistema Solar. Devido à sua enorme gravidade, ele afecta de tal forma a órbita do Planeta Marte, que o "empurra" para a maior aproximação registada ao nosso Planeta. Este efeito fará com que Marte se aproxime de nós como nunca ocorreu, pelo menos nos últimos 5 mil anos, podendo passar ainda cerca de 60 mil antes de voltar a suceder aproximação idêntica.
Este encontro terá o seu momento culminante no próximo dia 27 de Agosto, altura em que Marte se encontrará à distância "minorca" de cerca de 34,7 milhões de quilómetros, quando essa distancia é de cerca de 250 Milhões em termos médios. Estará bem visível, junto à Lua, e bem mais brilhante que ela.
Toca então a espetar os narizes no ar, munirem-se de uns binóculos, uma luneta ou mesmo um telescópio ( os mais felizardos) e deliciem-se com o planeta Irmão. E para aguçar o apetite aí vão algumas imagens e referência da Wikipédia para quem quiser saber um pouco mais do planeta "irmão" da nossa Terra.














http://pt.wikipedia.org/wiki/Marte_(planeta)

http://mars.jpl.nasa.gov/technology/landers/



Físico português na rota do Nobel


Nuno Peres, investigador do Centro de Física e professor do Departamento de Física da Escola de Ciências da UMinho, venceu o Prémio Gulbenkian Ciência 2011, anunciou a Fundação Calouste Gulbenkian.


Nuno Peres é um dos mais reputados físicos teóricos mundiais a trabalhar sobre o grafeno, uma das formas de organização possível com os átomos de carbono. Já há muito se conheciam outros tipo de organização no átomo de carbono, visíveis em materiais como a grafite, o diamante ou, numa forma complexa, no futeboleno. Nesta nova descoberta ,no grafeno,  os átomos de carbono apresentam-se na forma bidimensional - tecnicamente, é uma nanoestrutura de carbono, com a espessura de um átomo , o que confere ao material  amplas aplicações futuras no domínio da electrónica. Esta forma de organização permite o desenvolvimento de materiais "condutores" e incrivelmente finos, com possibilidades de aplicação que só a imaginação limita. Por exemplo o "papel de grafeno", apesar de fino, é dez vezes mais forte que o aço.
Este jovem investigador trabalha na Universidade do Minho e colabora com os cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov (Universidade de Manchester), que descobriram este material e foram galardoados em 2010 o Nobel da Física. Nuno Peres, em conjunto com António Castro Neto (Boston) e Francisco Guinea (Madrid), previu a existência de uma nova forma do efeito de Hall quântico no grafeno, tese posteriormente confirmada pela dupla de Manchester e publicada em 2006 na Physical Review B. O trabalho tornou-se o artigo teórico mais citado na área da física do grafeno e o terceiro artigo português mais citado do ano. Além disso, Nuno Peres descreveu teoricamente a opacidade do grafeno, cujos resultados experimentais saíram em 2008 na revista Science, em conjunto com o grupo de Manchester.

Nuno Peres, de 44 anos, é natural de Arganil, Coimbra, e tem sido orador convidado em várias conferências internacionais, como as reuniões anuais da American Physical Society. É co-autor do mais citado artigo de revisão sobre grafeno, editado na Reviews of Modern Physics (cerca de 1700 citações). Já venceu os prémios Seeds of Science 2011, de Mérito à Investigação da UMinho e de Mérito da Universidade de Évora. É membro da Academia das Ciências de Lisboa (desde Março) e da Sociedade Portuguesa de Física (desde 1987). Foi ainda professor visitante em Turku (Finlândia), Boston (EUA) e Dresden (Alemanha).

Prémio de grande prestígio na comunidade científica
O júri do Prémio Gulbenkian Ciência 2011 foi formado por Fernando Lopes da Silva (presidente), Alexandre Quintanilha, Augusto Barroso, Luís Magalhães e Manuel Nunes da Ponte. O galardão, no valor de 50 mil euros e atribuído regularmente pela Fundação Gulbenkian desde 1976, conquistou um lugar de grande prestígio no seio dos cientistas portugueses.


Entrevista a Nuno Peres (retirado da http://www.fisica.uminho.pt)
Que aplicações práticas poderemos esperar da investigação no grafeno e porque este material é tão importante?
Há muitas promessas de aplicações, como sensores de gases, detectores de luz de diversas "cores", sensores de tensão. Mas a que será mais imediata é a sua integração em painéis tácteis. O grafeno é muito importante porque trouxe muita Física nova. Por exemplo, os electrões comportam-se no grafeno como se tivessem perdido toda a sua massa; uma situação a que os físicos de partículas chamam o regime ultra-relativista. Tal abre a possibilidade à observação de efeitos que muito têm interessado quem trabalha nos grandes aceleradores. Por outro lado, é importante para potenciais aplicações, acima referidas, e que decorrem da física fundamental do grafeno.

Que impacto traz o prémio para a equipa da UMinho e que portas pode abrir?
Penso que dará visibilidade ao nosso trabalho - bem como ao Centro de Física e ao Departamento de Física, da Escola de Ciências da UMinho - junto da sociedade em geral.

Em que outros projectos científicos de relevo está envolvido neste momento?
Estamos a trabalhar em formas de controlar absorção de luz na presença de campos magnéticos e em nano-fitas de grafeno, que poderá ter aplicações em telecomunicações.