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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Estrela de Belém e o Natal

Do Evangelho segundo S.Mateus, capítulo 2, [...] E, tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. [...] Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exactamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.



Fresco A Adoração dos Magos – Giotto (1303-1305) – Capela Scrovegni, Pádua. Crédito: © Web Gallery of Art

Além desta breve referência no Ev. de S.Mateus, a Estrela de Belém é também mencionada num escasso grupo de textos denominados “não canónicos”, isto é, têm valor histórico mas não são considerados “Evangelhos” e por isso não incluídos nas Sagradas Escrituras.  Um deles é o evangelho de Tiago (21:2):  [...] Que sinal vistes indicando o nascimento desse rei?" Responderam os magos: "Um grande astro brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz].Porém, não deixa também de ser curioso que já no Antigo Testamento, anterior ao Nascimento de Cristo, havia referências e uma tradição em associar grandes eventos, nascimentos, batalhas, guerras etc, a fenómenos de natureza astronómica, sinais celestes, como por exemplo o aparecimento de estrelas. 
Mas para nós a imagem, a Estrela de Belém a assinalar o Nascimento de Cristo, mesmo que mencionada brevemente em alguns textos, chegou até nós com muita força e assim tem permanecido enraizada na nossa cultura.
Como imagem, A Estrela de Belém aparece em muitas representações da Natividade que foram sendo criadas ao longo dos séculos. As mais antigas mostram uma estrela simples, de seis, sete ou oito pontas, como é o caso de algumas, do séc. IV, encontradas em sarcófagos no Vaticano, ou, do séc. VI, em mosaicos de Ravena. O capitel do séc. XII, de Gislebertus, da catedral de Autun, que se pode ver na primeira imagem, exibe também uma estrela de oito pontas (imagem seguinte)


O sonho dos Magos – Gislebertus – (1120-30) – Capitel da Catedral de Autun, Musée Rolin, Autun. Crédito: © Web Gallery of Art



No entanto as representações mais famosas são as pinturas de Giotto (1267-1337): o fresco A Adoração dos Magos (1303-05), da Capela Scrovegni, em Pádua, e também A Epifania (1320), um painel pertencente a uma série de sete sobre a vida de Cristo. Nestas duas obras a estrela surge com uma cauda, tal como um cometa, o que não resulta muito estranho se nos lembrarmos de que em 1301 se registou uma passagem do cometa Halley, que Giotto certamente terá observado.



A Epifania (possivelmente de 1320) – Giotto – Fund. John Stewart Kennedy, 1911 (11.126.1) – Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque.



Aliás, esta ideia, de que a estrela poderia ter sido semelhante a um cometa, já vem referida nos escritos de Origen de Alexandria, filósofo e teólogo que viveu entre 185 e 254 D.C. e um dos primeiros a procurar uma interpretação natural para o fenómeno. Origen fala de uma nova estrela diferente das conhecidas no céu e que poderia ter sido um cometa. Os cometas costumavam prever mortes e não nascimentos, mas Origen chega a referir um texto de um filósofo egípcio que dizia exactamente o contrário.
 Todavia, para a maioria dos teólogos dos primeiros séculos D.C., tal como Santo Agostinho (354-430), a estrela terá sido um milagre, uma força divina que terá tomado a forma de uma estrela.
Mas a partir dos séculos XIV e XV, com o Renascimento e as Descobertas, assistiu-se a um desabrochar do conhecimento, o que viria a trazer à luz alguns paradoxos religiosos. Começou a surgir a necessidade de se encontrar uma explicação mais clara e natural para este género de prodígios, de forma a compatibilizá-los com os dados empíricos.
 O contributo mais importante para se começar a pensar na estrela como um fenómeno astronómico real terá sido dado, já no séc. XVII, pelo astrónomo alemão Johannes Kepler.


Fontes:

http://www.geocities.com/lauferworld.geo/OdessyIII.htm



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Lançado para o espaço o maior, mais moderno e caro robô projectado para explorar outro planeta

O veículo baptizado com o nome "Curiosity" foi lançado no passado dia 26 de Novembro da base espacial do Cabo Canaveral, na Florida, EUA, ” à boleia” de um foguetão Atlas V. Até ao planeta Vermelho irá percorrer 570 milhões de quilómetros, estando previsto atingir o seu destino em Agosto de 2012. Para se ter uma ideia da aposta que a NASA está a fazer nesta missão, de nome Mars Science Laboratory (MSL), adianta-se que a mesma tem um custo previsto de 2500 milhões de dólares, cerca de 1850 milhões de euros.
A missão do "Curiosity" poderá revolucionar o conhecimento humano sobre Marte, nomeadamente descobrir se alguma vez houve condições para a vida no Planeta irmão da Terra. Para isso vai passar dois anos a procurar vestígios de que Marte tenha tido ou ainda tenha formas microscópicas de vida." É uma proeza da engenharia e nos fornecerá conhecimentos científicos que nem sequer podemos imaginar", disse Doug McCuistion, diretor do programa de prospecção de Marte da Nasa.


Com quase 900 quilogramas, três metros de comprimento e 2,2 de altura, o Curiosity é o maior veículo de superfície desenhado para o solo de Marte. Na realidade é uma espécie de todo o terreno “espacial”.
A sua construção e funcionalidades baseiam-se na experiência adquirida pelos seus predecessores, o Sojourner, o Spirit e o Opportunity, veículos que a NASA começou a enviar para Marte em 1997.
Um laser capaz de perfurar rochas é uma das novidades do Curiosity (NASA/REUTERS)

O destino específico da Curiosity é a cratera Gale, situada perto do equador de Marte, local já identificado como importante devido à presença de argilas e outras características geológicas que indiciam a presença de água.
A missão deste laboratório sobre rodas é recolher dados para averiguar se o planeta terá tido condições de habitabilidade, estando preparado para seguir a denominada “pista do carbono”. Se houver a confirmação de que terá havido condições de habitabilidade, serão desenhados veículos que procurarão sinais de vida.
O Curiosity leva a bordo dez instrumentos científicos “de topo”. Incluem-se câmaras de alta definição (com as quais se obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo, laser para análises a rochas (ver foto), sensor de partículas de origem solar de alta energia, um espectroscópio de raio-X para determinar a composição das amostras geológicas e três recipientes de análises. Possui também um perfurador que fará buracos até cinco centímetros para recolher amostras que não estejam expostas. Outro dispositivo, preparado pela Agência Espacial Russa, pode disparar neutrões até meio metro abaixo do solo para detectar a presença de hidrogénio. Inclui ainda uma verdadeira estação meteorológica, que vai medir a velocidade e a direcção do vento, a pressão atmosférica, a temperatura e a radiação ultravioleta. Com este conjunto de equipamentos, que o transforam num laboratório ambulante (e autónomo), consegue por exemplo fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para determinar quais as moléculas de que são compostas.
O nosso blogue vai manter-se atento e dar novidades sobre o trabalho realizado pela “Curiosity”. Esperamos daqui a uns tempos estar aqui a divulgar no nosso Blogue que esta missão “descobriu que no vizinho da Terra já houve condições para a vida.” Razão mais que suficiente para nos mantermos “curiosos” nos resultados deste empreendimento, um bom exemplo do engenho humano.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Marie Curie é homenageada pelo Google

Marie Curie no seu laboratório


O Google homenageia nesta segunda-feira Marie Curie com um 'doodle', assinalando desta forma os 144 anos do seu nascimento. Além disso, e como já recordámos no Química na Guilherme, este ano foi escolhido como “Ano da Química”, precisamente para marcar o centenário do segundo Prémio Nobel de Química concedido à cientista Franco-Polaca – recordamos que esta cientista maior era de nascimento polaca e foi adoptada pela França, onde estudou, ensinou e realizou toda a sua obra.

Fotografia oficial do prémio Nobel
Diploma da fundação Nobel

Casa onde nasceu Marie Curie na Polónia

No seu laboratório
Marie Curie, que fez importantes descobertas na área da radioactividade, foi a primeira mulher a ganhar um Nobel e uma das poucas personalidades a receber duas vezes a distinção instituída pelo inventor da dinamite, Alfred Nobel.
Entre tantos trabalhos e descobertas destacamos a mencionada radiactividade, que ampliaram os conhecimentos na física nuclear, identificou dois novos elementos químicos, o rádio e o polónio, tendo aberto as portas para importantes avanços na área da medicina (permitiu por exemplo os exames de raios x) com grandes avanços no tratamento de combate aos cancros.
Em 1903, a cientista recebeu o prémio Nobel de Física ao lado do marido Pierre Curie e Henri Becquerel. Oito anos mais tarde conquistou sozinha o Nobel de Química.
Para quem hoje acedeu ao Google pode verificar esta homenagem, onde Marie Curie aparece representada com um 'doodle' em estilo pontilhista, onde a cientista surge sentada em frente a uma mesa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Nebulosa da Borboleta – a beleza do espaço profundo



Esta aparente serenidade engana… a imagem corresponde a uma gigantesca caldeira de gás a uma temperatura superior a 20 000 º C e que se move à “incrível” velocidade de 900 000 Km/h, suficiente para percorrer a distância Terra-Lua em apenas 24 minutos. A imagem foi obtida por uma nova câmara fotográfica (WFC3) instalada no telescópio Hubble e vem “provar” a imensa utilidade deste instrumento no estudo do Céu profundo. Desta vez a imagem captada corresponde a uma nebulosa planetária, a Nebulosa da Borboleta (NGC 6302), situada num local bem profundo no centro da Constelação do Escorpião, a cerca de 3800 anos-luz da Terra. Como curiosidades, além da beleza da imagem, o facto de no centro o desta nebulosa existir uma estrela morta, estrela essa que nos seus tempos de brilho intenso apresentaria uma massa (e brilho) bem superior ao nosso Sol. Os cientistas pensam que essa estrela colapsou há cerca de 2000 anos e que durante essa “morte”, expulsou as suas camadas externas em direcção ao espaço, o que originou a brilhante nuvem de gás e radiação ultravioleta que agora se vê, causa da sua espectacular aparência - uma borboleta. Em termos de tamanho, de ponta a ponta, esta nebulosa mede 2 anos-luz de comprimento, o equivalente a 18 000 biliões de quilómetros…é muito km!
















domingo, 23 de outubro de 2011

Alunos portugueses distinguem-se nas Olimpíadas Iberoamericanas de Biologia


Diogo Maia e Silva (na fotografia, acompanhado pelo Coordenador nacional do projecto), aluno da Escola Secundária Raul Proença, Caldas da Rainha, ganhou uma medalha de bronze nas Olimpíadas Iberoamericanas de Biologia (OIAB) que decorreram entre 5 e 9 de Setembro na Costa Rica.
 A competição nas OIAB engloba duas provas teóricas, três provas práticas e ainda um rali, de três horas, planeado por iniciativa de Portugal, em que os jovens concorrem em equipas mistas de vários países para responder a diversas perguntas em conjunto. “Os nossos alunos fizeram provas brilhantes ao nível dos exames práticos, onde tiveram das notas mais altas”, afirma o coordenador nacional da competição, José de Matos.



O vencedor,o coordenador nacional do projecto e a taça
(foto:ordem dos Biólogos)
No entanto, à semelhança com o ano passado, “nos exames teóricos tiveram das notas mais baixas porque a maior parte das perguntas são sobre temas que não pertencem ao programa escolar português”. Para evitar isto, o responsável diz ser essencial “haver um programa de treino para os jovens em que há a possibilidade de treinar essas áreas que não pertencem ao nosso programa”. De futuro, pretende-se “criar melhores condições, como um mês de treino, e esperar que para o ano seja ainda melhor”.
A equipa portuguesa incluiu, além do Diogo Maia e Silva, a Beatriz Madureira, do Colégio de S. Miguel, em Fátima, a Ana Beatriz Teixeira, do agrupamento de Escolas de Castro de Aire e Rui Nunes, do Colégio Manuel Bernardes. Na figura a equipa portuguesa com a taça, que simboliza a boa prestação e a responsabilidade de organizar as Olimpíadas no próximo ano.





A Equipa participante (Foto:ordem dos Biólogos)
“Na cerimónia de encerramento da Olimpíadas houve a transferência da taça simbólica que viaja para todos as países que organizam as OIAB e que se vai manter connosco até ao último dia das Olimpíadas do ano que vem”, afirma José de Matos. Deste modo, “no dia 7 de Setembro de 2012, na cerimónia de encerramento das Olimpíadas em Portugal, a taça será entregue ao representante da Argentina” que vai organizar a próxima competição, acrescenta.

Os alunos que participaram nas OIAB deste ano foram seleccionados num universo de quatro mil estudantes de 160 escolas secundárias de todo o país nas Olimpíadas Nacionais de Biologia, organizadas este ano pela primeira vez em Portugal pela Ordem dos Biólogos, com o apoio do programa Ciência Viva.
Aqui ficam os votos de parabéns pelo feito, que orgulham a escola portuguesa, por parte da equipa dos Químicos da Guilherme.



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

3 anos de imagens feitas por robô em Marte

Desde Setembro de 2008 até Agosto de 2011, o robô Opportunity que explora o planeta Marte tirou uma fotografia de "fim de expediente" ao final de cada dia em que ele se movimentou. Ao todo, são 309 imagens, que a Nasa compilou num vídeo para registar os 21 km que o Opportunity percorreu no período. As fotos mostram a superfície de Marte coberta de pequenas crateras. Ao longo do vídeo pode notar-se o aparecimento no horizonte da cratera Endeavour e diversos desvios que o robô foi obrigado a fazer devido a obstáculos no terreno. A equipe da agência espacial americana também produziu uma "trilha sonora" para o vídeo. Utilizando dados referentes a cada dia registado, os cientistas transformaram as baixas frequência da vibração do acelerador do robô em frequências audíveis. Sons mais altos representam terrenos acidentados enquanto sons suaves correspondem ao movimento do robô em areia. Os robôs Opportunity e Spirit chegaram à Marte em 2004, com um tempo de missão de apenas três Meses, tempo que ultrapassaram em anos. O Spirit deixou de funcionar em 2010, e o Opportunity prossegue o seu trabalho explorando a cratera Endeavour. Ainda este ano a Nasa enviará um novo robô ao planeta vermelho, será o Curiosity, o mais moderno robô já enviado a outro planeta.








quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs - o desaparecimento de um criador genial



Numa altura em que a comunicação social vai comentando diariamente sobre aqueles em quem recaiu o prémio Nobel, o mundo da ciência foi hoje surpreendido com a notícia da morte de Steve Jobs (SJ), o "pai" da Apple, com a idade de 56 anos, após travar uma luta de alguns anos contra um cancro no pâncreas. Apesar de SJ não ser um daqueles "cientistas clássicos" que aqui vamos falando mas era claramente um homem de "ciência", empresário de imenso sucesso, visionário genial e, por isso, sempre muito à frente do tempo em que viveu. Com um percurso profissional também ele bastante original - provinha de uma família mais ou menos disfuncional, educado por uma família de acolhimento, abandonou a universidade sem concluir os estudos, foi despedido da empresa que ajudou a criar à qual regressou anos mais tarde para a guiar aos patamares da "maior empresa do mundo", a Apple. O homem da maçã, como ficou conhecido, foi responsável pela criação de tecnologias e invenções  como o rato, as sucessivas linhas Macintosh (Mac para toda uma legião de fãs), passando por iPod, iPod nano, i Book, iPhone, iPad1 e 2, e toda uma gama de produtos inconfundíveis em qualidade, performance e design que não deixam ninguém indiferente. Em todos estes produtos teve sempre a ousadia, que manteve até ao fim, de incorporar sempre algo inteiramente novo aos produtos que ia criando, como por exemplo a comunicação “por janelas nos seus Macs”, e mais tarde “copiada pela Windows”, integrar voz e imagem num “telefone”, transformar este numa verdadeira central de comunicação que, além das funções anteriores, é também um computador…Ufa! Foi bem rica, dedicada e preenchida a sua vida, sempre em busca “dos melhores produtos e serviços às pessoas”, numa atitude que pode ser melhor compreendida vendo (e escutando) o próprio no filme em anexo – o seu discurso aos estudantes na Universidade de Stanford. Uma lição de vida e a merecer ser escutada por todos. 


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nobel de física de 2011 atribuído a três cientistas

Os cientistas norte-americanos Saul Perlmutter, Adam Riess e Brian Schmidt foram laureados com o prémio Nobel de física de 2011 (anúncio de Terça -feira), por pesquisas sobre a expansão do Universo. Centrando as suas pesquisas na observação da luz das supernovas (para quem já estudou estes temas sabe que as supernovas constituem uma das formas "de fim de vida de uma estrela" - no caso, de estrelas com massas muito elevadas,  algumas dezenas de vezes maiores que a estrela Sol), estes cientistas têm realizado descobertas que parecem contrariar uma ideia conhecida há muito, pelo menos desde os anos 20 a partir  do trabalho de cientistas como Edwin Hubble (esse mesmo, o que foi homenageado ao servir de nome para o telescópio) que é a de que o "universo se encontra em contínua expansão desde o Big-Bang, e que este terá tendência para abrandar o seu afastamento. Esta "lógica" sobre a qual temos construído o nosso conhecimento assenta na ideia de que quando consumida toda a energia que anima o universo desde a explosão inicial, todo ele, por acção da gravidade, se passaria a contrair...ou seja, pararia a sua expansão, tinha consumido toda a energia que o animava e, previsivelmente, iniciaria todo um movimento contrário de contracção que poderia culminar, daqui a cerca de 5 Biliões de anos (5 mil milhões...), num Big-Crunch, um grande colapso. São estas ideias que os agora laureados vêem contrariar com as suas descobertas, afirmando que o Universo em vez "contrair", aumenta o seu afastamento. Ou seja, em vez de diminuir a sua taxa de expansão, o universo sofre uma aceleração. 

                                          Os vencedores do Nobel de física 2011: os norte-americanos Saul Permutter, Adam Riess e Brian Schmidt (Foto: Permutter e Riess: France Presse; Schmidt: Divulgação)

Essa conclusão "constitui uma enorme surpresa para os cientistas", como reconheceram os membros do comitê do Nobel. Para crescer, o Universo precisa de ter energia, que os astrónomos acreditavam vir apenas dos objectos como nós, das árvores, planetas e demais corpos que existem no Universo.Ou seja, parecem existir aqui "outras forças", com origem provável na misteriosa "matéria/energia negras", que constituem cerca de 95% da matéria existente no Universo, sobre a qual pouco ainda se sabe. Conhece-se a sua existência mas "pouco mais"....Os trabalhos destes laureados vem levantar um pouco o véu sobre essa "nova matéria". 
Um mundo fascinante e palpitante este da ciência do cosmos... 



sábado, 1 de outubro de 2011

Viagem fantástica: do infinitamente grande ao infinitamente pequeno

A apresentação seguinte, criada em PowerPoint, permite-nos compreender melhor uma matéria com que muitos já se confrontaram em alguma das disciplinas de ciências: o infinitamente grande e o infinitamente pequeno. Estes conceitos tão importantes nas ciências, que se abordam por exemplo em matérias como o Universo (tamanho, distâncias, velocidades...) ou, como exemplo do infinitamente pequeno, quando estudamos moléculas, átomos ou mesmo células. É que na base destes conceitos, e da sua representação, encontram-se obviamente "conceitos" matemáticos - sempre ela, a matemática, que a apresentação seguinte ajuda a compreender. Utilizam-se, na representação de números muito grandes e nos muito pequenos potências de base 10. O que se propõe é uma viagem que se inicia a uma distância de 10 milhões de anos-luz

(10 23 m  - o número 1 seguido de 23 zeros...) do nosso planeta e termina 10 -16 m - 0 vírgula, seguido de quinze zeros e um, bem no interior do átomo. Na aplicação, em cada passagem ficamos 10 x mais próximos do fim da viagem.


Boa Viagem.




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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Espetacular Céu

As próximas imagens do vídeo seguinte são pura magia. São imagens reais, isto é, correspondem ao Céu que se observa a olho nu e foram obtidas no topo de uma montanha no deserto Chileno. A incrível nitidez e pormenores com que se consegue observar o espaço estrelar deste local, milhões de estrelas, galáxias e planetas parecem captadas  pelo telescópio Hubble. Toda esta nitidez deve-se ao facto de o céu (nesta região especifica) permanecer limpo de toda a poluição luminosa, que normalmente se faz sentir nas cidades. Trata-se de uma região muito remota (Cerro Paranal), montanhosa, seca, afastada de qualquer tipo de presença humana, razões pelas quais se instalaram nesta zona os mais eficazes telescópios terrestres. O vídeo (8,10 minutos de pura magia) foi obtido directamente por uma câmara de filmar apontada simplesmente ao céu. 

Aliando o impressionantes lapso de tempo (tempo acelerado) das imagens, à música de fundo, permite-nos experienciar a sensação única e profunda, do quão pequenos somos neste universo tão vasto e belo. Chega de palavras, imaginem-se deitados no chão desta montanha a olhar para o céu....




sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Deixem a Química entrar


Com a inspiração de uma das maiores figuras da Ciência, Marie Curie (1867-1934) , exibimos agora um  vídeo promocional do Ano Internacional da Química 2011 (efeméride que o nosso agrupamento também vai assinalar durante este primeiro período), elaborado com recurso a extraordinárias técnicas de animação e imensa criatividade. O objectivo do mesmo é mostrar aos mais desatentos como a Química está presente nas nossas vidas, "invadindo" praticamente todas as actividades que realizamos nas 24 horas do dia. É abrir as janelas e deixar a Química entrar.







sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NASA divulga imagens incríveis da superfície lunar


A NASA acaba de divulgar imagens com incrível pormenor da superfície da Lua, obtidas pela sonda LRO (Lunar Reconaissance Orbiter). O pormenor é tal que se reconhecem  os trilhos deixados pelos astronautas da Apolo 17 no fino solo lunar, em 1972, a última missão tripulada ao satélite natural da Terra. Lembramos que estas imagens são obtidas do espaço, a cerca de 21 km da superfície e, além dos trilhos da referida missão de 1972, a NASA possui imagens relacionadas com a presença na lua de missões APOLO anteriores ( a 12, a 14), com pormenores como os trilhos dos carrinhos lunares, pegadas dos astronautas e instrumentos científicos deixados na superfície.“Podemos traçar os passos dos astronautas com uma maior clareza e até ver onde apanharam amostras”. Este tipo de observações além de revelar a notável capacidade e sofisticação técnica das sondas (com câmaras de elevada resolução e uma maior aproximação à superfície), só são possíveis porque, como tão bem sabem os que estudam estas matérias, a superfície lunar permanece quase imutável ao longo das eras. A ausência de qualquer tipo de erosão deve-se ao facto da Lua não possuir praticamente atmosfera e como tal, não tem água nem vento, os principais agentes da erosão. Por isso a superfície aparece cheia de crateras (não existem obstáculos ao bombardeamento por meteoritos..) e, qualquer marca deixada na superfície, mesmo que feita há dezenas de anos, parece ter sido realizada no momento da observação.   



Os trilhos saem do módulo de aterragem Challenger (à direita, com uma orla escura)



Aqui um pormenor do Nascer do Sol junto da cratera Tycho

sábado, 3 de setembro de 2011

Recomeçar o ano (escolar) com Miguel Torga

Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Jactos no Sol






Imaginem um tubo tão largo como Portugal e tão longo quanto a Terra. Agora imagine que esse tubo está cheio de gás que se move a 50 000 quilómetros por hora. Imagine ainda que esse tubo não é feito de metal, mas sim um campo magnético. Se conseguiu fazê-lo, visualizou uma de uma miríade de espículas na superfície do Sol. Na imagem deste artigo pode ver uma das imagens de maior resolução que existem destas enigmáticas espículas.Como causa para este fenómeno os cientistas identificam ondas (tipo ondas sonoras) que flutuam sobre a superfície do Sol, mas que escapam para a sua atmosfera...o que, atendendo à imensa "força de gravidade do Sol", dá uma ideia da energia e velocidade associada a essas línguas / jactos de gás. E se acharam as fotografias "impressionantes", vejam as imagens...







quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Uma viagem ao interior da matéria


Eis um documentário muito interessante que nos conta uma das maiores descobertas científicas de todos os tempos: o átomo, a "peça" que constitui tudo o que nos rodeia. É  produzido pela BBC ( já emitido em 2007) e apresenta como narrador um excelente comunicador, o Professor Jim Al-Khalil. É documentário extraordinário para quem se interessa por essa viagem interminável que é a busca do material último de que somos constituídos.
Aqui fica, neste início de Setembro, o episódio 1, Choque de Titãs. As restantes duas partes serão aqui divulgadas ao longo do Mês.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bactéria é capaz de produzir biocombustível a partir de papel




Equipa da Universidade de Tulane.
Equipa responsável da Universidade de Nova Orleães
A partir de agora os s jornais deitados para o lixo diariamente podem ser transformados em biocombustível. A responsável por essa transformação do papel é uma nova bactéria, A TU-103, recentemente descoberta por cientistas Americanos, da Tulane University (Nova Orleães, EUA). A referida bactéria é capaz de transformar a celulose presente em folhas de papel em butanol (um álcool), um combustível que pode substitutuir a gasolina. 

Os investigadores já testaram o novo método com velhas edições de Jornais e revelaram-se satisfeitos com os resultados. Para além de reduzir as emissões de dióxido de carbono, o butanol pode ser usado em vez da gasolina sem que seja necessário adaptar o motor.

A grande vantagem da bactéria TU-103 (encontrada em excrementos de animais) é que consegue transformar a celulose (fibra de que é composto o papel) na presença de oxigénio, enquanto outros microorganismos com capacidades semelhantes só conseguiam a transformação num ambiente sem oxigénio, o que aumentava drasticamente os custos.

O butanol também apresenta benefícios como combustível em relação ao etanol – normalmente produzido a partir do milho ou da cana-de-açúcar (o Brasil tem um programa gigantesco a funcionar com este sistema, produzir combustível a partir do milho e da cana de açucar), porque além de se adaptar mais facilmente a qualquer tipo de motor, o material é menos corrosivo do que o concorrente e apresenta um rendimento energético maior.

Embora o etanol também seja derivado da celulose, o butanol é considerado muito mais vantajoso uma vez que pode ser usado em vez da gasolina sem que seja necessário mudar ou adaptar o motor do veículo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Afinal, cozinhar é a mais antiga profissão do mundo

Segundo um estudo recente publicado naProceedings of the National Academy of Sciences, onHomo Erectus foi
As capacidades de cozinhar do H. erectus permitiram que a descendência poupasse tempo e adquirisse mais nutrientes (Foto: Ronan Donovan)
As capacidades de cozinhar do H. erectus permitiram que a descendência poupasse tempo e adquirisse mais nutrientes (Foto: Ronan Donovan)
 o primeiro mestre de cozinha. E este facto  teve enormes implicações na evolução dos hominídeos, dando a estes antepassados do homem moderno tempo e energia para várias actividades como correr, ter pensamentos profundos e inventar coisas como a roda.Ou seja, o facto de manipular o fogo e ter começado a cozinhar teve consequências enormes no resto da evolução.Dominar o fogo originou outras técnicas de processar alimentos, com efeitos na qualidade de vida dos homens, que passaram a economizar tempo e dispor de mais nutrientes na sua dieta.Os seres humanos são os únicos animais que cozinham e comparados com os nossos parentes primatas vivos gastamos muito pouco tempo a reunir comida e a comê-la. Também temos mandíbulas e dentes mais pequenos.
Os cientistas envolvidos no estudo decidiram quantificar o tempo que os seres humanos gastariam a comer olhando para o tamanho do corpo e tempo de alimentação dos nossos parentes primatas vivos. Depois de construir uma árvore genealógica de primatas, os cientistas descobriram que as pessoas gastam 1 / 10 de tempo a comer em relação ao seu tamanho corporal em comparação com os seus primos evolutivos.

Depois, a equipa olhou para o tamanho dos dentes do género Homo. De H. erectus até H. sapiens, os dentes são muito mais pequenos do que seria previsível com base no que é visto noutros primatas.

“O tamanho do dente torna-se dramaticamente mais pequeno do que esperávamos”, afirma o paleontólogo David Strait, da Universidade de Albany, Nova York, que não estava envolvido no estudo. "Isto revela evidências indirectas que a linhagem humana adaptou-se e tornou-se dependente de cozinhar os alimentos na altura que o Homo erectus evoluiu”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nasa publica imagem de astrofotógrafo português



Uma das imagens do astrónomo amador e fotógrafo português Miguel Claro foi publicada como "Fotografia do Dia" no portal Earth Science da NASA. A representação visual foi captada no Alentejo, após uma exposição de 3h30, no passado dia 1 de Julho. A fotografia combina 420 imagens, cada uma com 30 segundos de exposição e mostra estrelas que formam as constelações de Ursa Maior, Ursa Menor, Canes Venatici, Draco, Cepheus, Camelopardalis e Cassiopeia. Miguel Claro escreveu na página do AstroPT, onde colabora, que mesmo no olhar de um astrónomo experiente não é possível percepcionar o movimento rotativo que todas as estrelas parecem produzir em torno de um eixo imaginário que indica o Norte, e apontando na direcção de uma estrela que todos já conhecem, a Polaris, ou chamada ‘Estrela Polar’”.
No entanto, acrescenta “numa longa exposição fotográfica foi possível registar o rasto das estrelas que se encontram na região polar e perceber que todas elas descrevem um movimento circular em torno de uma estrela relativamente pontual, a Estrela Polar”.
Miguel Claro já viu muitas das suas imagens publicadas nas mais prestigiadas revistas internacionais de Astronomia. As suas imagens pretendem revelar a indissociável ligação existente entre o Céu e a Terra.

Para conhecer um pouco melhor o autor e o site Earth Science,

http://miguelclaro.com/
http://epod.usra.edu/blog/2011/08/north-circumpolar-stars-observed-from-portugal.html