Os cientistas norte-americanos Saul Perlmutter, Adam Riess e Brian Schmidt foram laureados com o prémio Nobel de física de 2011 (anúncio de Terça -feira), por pesquisas sobre a expansão do Universo. Centrando as suas pesquisas na observação da luz das supernovas (para quem já estudou estes temas sabe que as supernovas constituem uma das formas "de fim de vida de uma estrela" - no caso, de estrelas com massas muito elevadas, algumas dezenas de vezes maiores que a estrela Sol), estes cientistas têm realizado descobertas que parecem contrariar uma ideia conhecida há muito, pelo menos desde os anos 20 a partir do trabalho de cientistas como Edwin Hubble (esse mesmo, o que foi homenageado ao servir de nome para o telescópio) que é a de que o "universo se encontra em contínua expansão desde o Big-Bang, e que este terá tendência para abrandar o seu afastamento. Esta "lógica" sobre a qual temos construído o nosso conhecimento assenta na ideia de que quando consumida toda a energia que anima o universo desde a explosão inicial, todo ele, por acção da gravidade, se passaria a contrair...ou seja, pararia a sua expansão, tinha consumido toda a energia que o animava e, previsivelmente, iniciaria todo um movimento contrário de contracção que poderia culminar, daqui a cerca de 5 Biliões de anos (5 mil milhões...), num Big-Crunch, um grande colapso. São estas ideias que os agora laureados vêem contrariar com as suas descobertas, afirmando que o Universo em vez "contrair", aumenta o seu afastamento. Ou seja, em vez de diminuir a sua taxa de expansão, o universo sofre uma aceleração.
Os vencedores do Nobel de física 2011: os norte-americanos Saul Permutter, Adam Riess e Brian Schmidt (Foto: Permutter e Riess: France Presse; Schmidt: Divulgação) |
Essa conclusão "constitui uma enorme surpresa para os cientistas", como reconheceram os membros do comitê do Nobel. Para crescer, o Universo precisa de ter energia, que os astrónomos acreditavam vir apenas dos objectos como nós, das árvores, planetas e demais corpos que existem no Universo.Ou seja, parecem existir aqui "outras forças", com origem provável na misteriosa "matéria/energia negras", que constituem cerca de 95% da matéria existente no Universo, sobre a qual pouco ainda se sabe. Conhece-se a sua existência mas "pouco mais"....Os trabalhos destes laureados vem levantar um pouco o véu sobre essa "nova matéria".
Um mundo fascinante e palpitante este da ciência do cosmos...
Um mundo fascinante e palpitante este da ciência do cosmos...
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