O veículo baptizado com o nome "Curiosity" foi lançado no passado dia 26 de Novembro da base espacial do Cabo Canaveral, na Florida, EUA, ” à boleia” de um foguetão Atlas V. Até ao planeta Vermelho irá percorrer 570 milhões de quilómetros, estando previsto atingir o seu destino em Agosto de 2012. Para se ter uma ideia da aposta que a NASA está a fazer nesta missão, de nome Mars Science Laboratory (MSL), adianta-se que a mesma tem um custo previsto de 2500 milhões de dólares, cerca de 1850 milhões de euros.
A missão do "Curiosity" poderá revolucionar o conhecimento humano sobre Marte, nomeadamente descobrir se alguma vez houve condições para a vida no Planeta irmão da Terra. Para isso vai passar dois anos a procurar vestígios de que Marte tenha tido ou ainda tenha formas microscópicas de vida." É uma proeza da engenharia e nos fornecerá conhecimentos científicos que nem sequer podemos imaginar", disse Doug McCuistion, diretor do programa de prospecção de Marte da Nasa.
Com quase 900 quilogramas, três metros de comprimento e 2,2 de altura, o Curiosity é o maior veículo de superfície desenhado para o solo de Marte. Na realidade é uma espécie de todo o terreno “espacial”.
A sua construção e funcionalidades baseiam-se na experiência adquirida pelos seus predecessores, o Sojourner, o Spirit e o Opportunity, veículos que a NASA começou a enviar para Marte em 1997.
Um laser capaz de perfurar rochas é uma das novidades do Curiosity (NASA/REUTERS) |
O destino específico da Curiosity é a cratera Gale, situada perto do equador de Marte, local já identificado como importante devido à presença de argilas e outras características geológicas que indiciam a presença de água.
A missão deste laboratório sobre rodas é recolher dados para averiguar se o planeta terá tido condições de habitabilidade, estando preparado para seguir a denominada “pista do carbono”. Se houver a confirmação de que terá havido condições de habitabilidade, serão desenhados veículos que procurarão sinais de vida.
O Curiosity leva a bordo dez instrumentos científicos “de topo”. Incluem-se câmaras de alta definição (com as quais se obterão imagens stereo de alta resolução e a cores, e sequências vídeo, laser para análises a rochas (ver foto), sensor de partículas de origem solar de alta energia, um espectroscópio de raio-X para determinar a composição das amostras geológicas e três recipientes de análises. Possui também um perfurador que fará buracos até cinco centímetros para recolher amostras que não estejam expostas. Outro dispositivo, preparado pela Agência Espacial Russa, pode disparar neutrões até meio metro abaixo do solo para detectar a presença de hidrogénio. Inclui ainda uma verdadeira estação meteorológica, que vai medir a velocidade e a direcção do vento, a pressão atmosférica, a temperatura e a radiação ultravioleta. Com este conjunto de equipamentos, que o transforam num laboratório ambulante (e autónomo), consegue por exemplo fazer algo que parece saído de um filme de ficção científica: dispara um laser até sete metros de distância e que é capaz de vaporizar rochas, para determinar quais as moléculas de que são compostas.
O nosso blogue vai manter-se atento e dar novidades sobre o trabalho realizado pela “Curiosity”. Esperamos daqui a uns tempos estar aqui a divulgar no nosso Blogue que esta missão “descobriu que no vizinho da Terra já houve condições para a vida.” Razão mais que suficiente para nos mantermos “curiosos” nos resultados deste empreendimento, um bom exemplo do engenho humano.
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