A conquista espacial deu
mais um enorme passo com a chegada de um novo "veículo" – Curiosity,
ao solo Marciano na última madrugada de Segunda-Feira, pelas 06,31Horas.
Mas o que é o “Curiosity”
e que trará de novo à investigação do planeta vermelho?
As respostas a estas e
outras perguntas relacionadas com este projecto “Curiosity / Marte” –
nomeadamente o acompanhamento da missão, agora que o robot já “deu sinais de
vida” da superfície de Marte, os “Químicos da Guilherme” irão estar atentos.
Comecemos então pelo
princípio – o que é o “Curiosity”?
É um robô da agência espacial
norte-americana (NASA), de seis rodas, do tamanho de um carro, preparado para
explorar Marte. Mede três metros de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,2
metros de altura, pesando quase 900 quilos. É capaz de percorrer 200 metros na
superfície do Planeta Vermelho no espaço de uma hora.
Através das suas 17 câmaras de vídeo
(sete delas colocadas na "cabeça" do robô), os cientistas podem
escolher o melhor caminho a percorrer. Um "braço" está equipado com
uma broca, um pincel para remover a poeira e uma pá, para recolher materiais
para análise. Estes são "digeridos" no corpo do robô que tem
capacidade para os deixar em pó, antes de serem analisados. No corpo estão
também os computadores
Todo o material funciona graças a um
gerador termoelétrico de radioisótopos, equipado com uma "pilha
nuclear" de plutonio 238 que tem dez anos de autonomia.
Qual é a missão do Curiosity?
O Curiosity foi lançado no dia 26 de
novembro de 2011, tendo chegado hoje à cratera Gale, na superfície de Marte. Estima-se
que esta cratera de impacto tenha pelo menos 3500 milhões de anos,
possibilitando aos cientistas conhecer grande parte da história geológica do
Planeta Vermelho.
O objetivo do robô é estudar as rochas
e minerais, tentando perceber se Marte alguma vez teve condições para a
existência dos "ingredientes básicos da vida". Se os robôs
anteriores, como o Spirit e o Opportunity, procuraram sinais de água, este
procurará sinais das moléculas e outros elementos essenciais. Se já existiram
ou se podem vir a existir.
Não vai à procura de vida?
O objetivo é ver se existem condições
para a existência de vida, de forma a planear uma eventual colonização humana.
Não é propriamente encontrar vida. De facto, segundo os responsáveis, o
Curiosity não tem sequer a capacidade para detectar a existência de vida.
A expectativa dos cientistas tem vindo
a diminuir, depois de não ter sido encontrado qualquer sistema de aquíferos sob
a superfície do planeta, como se chegou a pensar que existia. Ou estes
aquíferos não existem ou estão a uma profundidade maior do que o esperado. Seja
como for, a ideia é procurar provas de uma eventual existência de vida no
passado.
Como é que os cientistas comunicam com o Curiosity?
As comunicações com o robô são feitas
através de uma rede de satélites colocadas em órbita de Marte. Em Terra, a
informação é recebida por três antenas: uma no deserto de Mojave, na
Califórnia, outra perto de Madrid, em Espanha, e a última em Canberra, na
Austrália. Desta forma, garante-se que pelo menos uma delas está sempre em
contacto com o robô.
As ligações não são fáceis e a
quantidade de dados que pode ser transmitida é limitada. Daí que os cientistas
tenham que avaliar diariamente qual a operação específica a que têm que dar
prioridade.
Quanto tempo vai durar a missão?
A missão está planeada para durar um
ano marciano, o que equivale a 687 dias na Terra. Este é o tempo que os
cientistas têm para explorar bem a cratera Gale. Contudo, os anteriores robôs,
que chegaram à superfície de Marte em inícios de 2004, duraram muito mais tempo
que o previsto. Com uma missão inicial pensada para três meses, a Spirit só se
perdeu ao final de 2300 dias de operações. E a Opportunity ainda envia dados
para a Terra.
A "pilha nuclear" da
Curiosity dura pelo menos dez anos.